Sérgio Luiz Rigoli

Sérgio Luiz Rigoli

Nascido na capital de São Paulo, num bairro próximo ao centro , a Pompeia , especificamente foi o Clube dos Desbravadores que abriu e ampliou seus horizontes e amor pela natureza .

No ano de 1967 suas duas irmãs mais velhas entraram no Clube Almirante Barroso , igreja que frequentavam  no bairro da Lapa , SP  . El  Confessa que ficou com inveja e querendo ter mais idade, mas tinha apenas 4 anos, e acompanhava com interesse tudo que elas faziam no Clube , inclusive assistindo as reuniões meio que escondido. 

Veio o ano de 1969 e então a outra irmã, completaria 9 anos , sobrando somente ele abaixo da idade ... Pra piorar, por que naquele tempo os pais achavam que acampamento no "mato" era perigoso e que poderiam todos ficar doentes etc , minha mãe decidiu entrar também para o Clube , ficando então eu o único ( seu pai ainda não era adventista, mas veio a se batizar em seguida) "sem lenço" da casa . Isso era algo inaceitável para um pivete de 6 anos , único homem dentre os filhos ... e minha mãe entendeu que eu deveria ir pro Clube , pois seria muito menos perigoso que ficar em casa, e ela provavelmente encontrar a casa "modificada" ... 

Sendo assim ele entrou como mascote do Clube em 1969. E foi logo decorando tudo o que era ideal, e fazendo as Classes preliminares que naquele tempo eram dos MV ( não existia obvio os Aventureiros ).

A partir dai, com a graça de Deus jamais deixou de usar o lenço dos Desbravadores.

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Ainda neste ano, ocorreu seu primeiro acampamento, o que pra um menino nascido e criado numa cidade grande, só o fato de ver "mato", já era uma aventura. Veja a foto de todo o Clube acampados no "Campo de pic nic do GAC - Atual UNASP HT" 

Ano seguinte acampamento em Pirassununga (segundo o jornal da cidade Camporee , sendo assim o primeiro no Brasil  ( 2 ) 

Minha irmã Sonia, em 1972 era secretaria do pastor José Silvestre na Associação Paulista ( só tinha uma no Estado , onde agora é uma União ) e , naqueles primórdios , o pastor Silvestre sequer tinha uma sala na Associação , ou ainda secretária . Sempre que ele preparava material para os cursos ou congressos ou feiras , a gente era "convocado" pra imprimir o material nos mimeógrafos a álcool , e eu adorava fazer isso e ler sobre o que seriam as aulas etc 

Fiquei neste Clube, Almirante Barroso ( atual Alvorada ) ate final de 1973 quando mudamos para o bairro do Capão Redondo, próximo ao IAE , atual UNASP SP . Como morava quase em frente a Igreja do Capão , entrei para o Clube Pioneiros , o segundo do Brasil , que naqueles tempos tinham algumas "peculiaridades" . O Clube era um "Clube do bolinha" , só participavam meninos , e tinha que calçar pelo menos 36 porque usávamos um uniforme ( que veio nos anos 80 a ser o uniforme de campo - oficial ) com coturno ,e o menor numero era o 36 ( confesso que eu calçava tipo 35,5 e usava dois meiões de futebol pra não ficar folgado ) . Foi um grande aprendizado este clube . Liderado por um ex-chefe escoteiro , o Teodoro e o Norli , a gente vivia se enfiando literalmente nas matas ( a serra do mar na região sul de São Paulo até hoje é considerada uma região quase virgem de mata atlântica de difícil acesso ) , e tínhamos uma ordem unida bem militar e impecável . Meu gosto pela Ordem Unida nasceu dai . Final de 1977 , minha família se mudou para a cidade de Hortolândia com a aposentadoria do meu pai. 

Chegamos em Dezembro e já em Janeiro , a igreja decidiu criar algo ainda inexistente : Um Clube para os maiores , porque existia o Clube da Igreja dos "vizinhos" ( vizinhos do IASP , hoje central de Hortolândia ) o Duque de Caxias , mas a quantidade de adolescentes acima dos 15 anos era muito grande , e não queriam deixar o uniforme , mas nem todos teriam oportunidade no Clube . 

Foram varias reuniões em minha casa , pois minha mãe , juntamente com minha irmã Sonia nos anos de Capão Redondo se revoltaram ( pro bem ) com o Clube não ter meninas e criaram o Clube das Pioneiras ( só de meninas ) , e usando esta experiência e outras mais , como o CEFESP ( Curso de Formação de Enfermeiros Padioleiros - do Departamento de Liberdade Religiosa da nossa igreja naqueles tempos ) criou-se o Clube Patrulheiros da Amizade .

Este Clube tinha como "currículo" que seus participantes concluíssem as classes avançadas , que por ventura não tivessem feito enquanto desbravadores , e era parte do programa a Classe de Líder , bem como a Medalha de Prata .

Este foi o primeiro Clube de Lideres do mundo !!!!!

Detalhe curioso, eu ainda não tinha idade, mas acabei indo pra este Clube (que seria para acima de 16 anos ) porque era o instrutor de Ordem Unida , aprendido no Clube anterior ( e era filho da diretora ...

Chegou o ano de 1979, centenário dos MV e nosso Clube foi desafiado pelo pastor Líder dos MV da nossa Associação que se chamava Associação Paulista  Oeste , mesmo ficando no leste de nosso estado ... o Pastor Artur Elias Marski , a que todos fizéssemos a Classe de Líder e a Medalha de Prata para sermos investidos no Ultimo Congresso MV , em nossa Divisão , antes de oficialmente o nome MV ser substituído por JA . Foram 100 Lideres investidos neste Congresso , na cidade de Araras e 25 medalhas de Prata . Mas ... tem uma historia peculiar nisso . Além da diretoria que assinava o cartão , tinha o pastor da Igreja local que nos ajudava , pastor Oscar dos Reis . Nesse tempo eu já ajudava o pastor Artur , indo a Associação na cidade de Campinas pelo menos uma vez por semana , pois os Clube pediam materiais , insígnias , distintivos etc e o pastor Artur nunca havia sido "desbravador" , assim que eu o ajudava a ver os pedidos , repassar ao fornecer em São Paulo e ia buscar este material para ele . Apesar de todo este "envolvimento" , certo dia o pastor Oscar me chamou e falou : Sergio você praticamente completou todo o seu cartão de Líder e Medalha de Prata , certo ? Orgulhoso eu respondi que sim tinha acabado tudo . Ele perguntou : Você então vai querer ser investido em Araras final do ano , certo ? Quase que respondi pra ele que obvio, mas apenas falei que sim . Então , seguiu o pastor Oscar , Sábado que vem terá batismo , você vai se batizar ? Senão não posso assinar seu cartão para você ser investido Líder. Ele nem terminou a frase e eu já tinha concordado e estava pronto pro batismo. O que eu não havia me atentado. nascido na igreja , sempre ativo no Clube dos Desbravadores , mas este pequeno "detalhe" havia passado em branco ... Bendito pastor Oscar. Batizei-me naquele final de semana 

Foi uma grande festa encerrar o ano do centenário dos MV de toda a Divisão Sul Americana com este congresso e com esta investidura de Líder e a entrega das 25 medalhas de Prata. 

Foi ainda neste "Clube de Líderes" que participei pela primeira vez do CEFESP. Um programa fantástico onde o Jovem era preparado para caso tivesse que servir o exercito, que era obrigatório naquele tempo ao se completar 18 anos , pudesse ir como Enfermeiro ( depois a nomenclatura virou Socorrista - CFSP ) e não ter que usar armas .

Investido em Líder , a diretoria e a comissão da igreja votaram para que eu fosse o vice Diretor do Clube , mas , com a graça de Deus , o Diretor era alguém com quem eu não tinha um bom relacionamento , e minha mãe saiu do Clube para se tornar obreira bíblica num bairro carente próximo e ao começar a conferencia , eu fui ajudar e vimos um numero muito grande de crianças e adolescentes que vinham as reuniões , sendo assim , antes de assumir o cargo no Clube Patrulheiros da Amizade em Fevereiro , em Janeiro mesmo comecei um Clube nas conferencias , sem ninguém adventista ainda . De 1980 a 1981 dirigi este Clube, que se chamava Portadores da Mensagem ( Atual Carlos Gomes ) todo formado por recém batizados e frequentadores desta conferencia no bairro de Nova Veneza , cidade de Sumaré . 

Durante este período além deste Clube ajudava em outros recém-formados Clubes e ainda fundando Clubes em Campinas. 

Chegou o ano de 1982 e assumiu a APO , o pastor Otavio Alves da Costa , que havia sido meu pastor na Lapa , na época do meu primeiro acampamento , e por alguma razão , achou que eu deveria ajuda-lo como "assistente" . Estava morando em Cravinhos, uma cidade próximo a Ribeirão Preto , onde fazia minha faculdade , e toda quinta feira a noite eu viajava pra Campinas ( 230 km ) e sexta ia a Associação e de lá pra visitar alguma igreja onde tinham interesse em formar um Clube ou ainda visitar e motivar os poucos Clubes da imensa Associação . 

No meio do ano, fiz a minha transferência pra Piracicaba e com isso fui "efetivado" na Associação para a Área dos Desbravadores. ( o Pastor Otavio tinha o departamento de Jovens , Desbravadores , Liberdade religiosa e deveres cívicos , Temperança e Musica , assim que eu o ajudava nos outros e ele me ajudava nos Desbravadores ) . 

Naquele tempo o único "especialista" era o Pastor Jose Silvestre , em São Paulo e tinha o nome do cargo como Coordenador Geral , assim que assumi este mesmo cargo no interior de 1982 a 1985. 

Fizemos neste período 3 Camporis de Associação , 2 Olimpíadas de Desbravadores ( a Primeira no IASP e a Segunda em Catanduva ) , uma dezena de congressos , mais de 20 cursos de Liderança e uma participação importante no Primeiro Camporee da DSA . 

Pastor Claudio Belz, líder da Divisão naquela ocasião me colocou em diversas comissões, como Localização ( dividimos a área para cada União , Associação e Clube ) , Sanitarismo ( construímos os banheiros e chuveiros ) , antes do Camporee , e durante o mesmo eu era da área de Segurança , junto com mais dois : Nilso Melo Abreu e Afonso Duwe . Esta foi a parte mais cansativa, porque além de virar a noite na segurança a gente tinha o dia todo e , eu especificamente tinha meus 9 Clubes que participavam do Campori pra dar atenção ( isso daria um capitulo inteiro num livro ... ) 

Em 1984 tive o privilegio de fazer um congresso em Ribeirão Preto com a presença dos Lideres dos Desbravadores em todos os Níveis - Pastor Leo Ranzolin CG , Pastor Claudio Belz , DSA , Pastor  Jose Maria , USB , e Pastor  Otavio APO ,e convidado Pastor Artur , APS . Neste evento foram investidos 40 Lideres de Desbravadores, 20 Medalhas de Prata, e eu fui investido na Medalha de Ouro , fato tão marcante que foi artigo da Revista Adventista daquele mês.

Reportagem da Revista Adventista 

Em 1985, ainda a frente dos Desbravadores da APO, tive o privilegio de levar a pequena delegação para assistir o Primeiro Camporee ( e único de Divisão ) da Divisão Norte Americana , Colorado em 1985 . Os dois seguinte foram dirigidos cada um por uma União, e a partir de 1999 , no cinquentenário dos Desbravadores , todos em Oshkosh por um setor especialmente criado para gerir estes Camporees Internacionais nos USA , o CYE ( Center for Youth Evangelism ) . ( 6 ) 

Ainda neste ano levei outro pequeno grupo para participarmos do Campori da União Austral ( Argentina , Paraguay e Uruguay ) na cidade de Córdoba , Argentina . Foi fantástico também. Desde então , participei de diversos Cursos , Camporis , Campais e congressos em todo os campos de nossa Divisão , além de outros eventos nos USA , Caribe e Europa .

Uma curiosidade

Em 1985 uma das coisas que me chamou atenção, entre outras tantas no Campori do Colorado, além do numero de participantes, mais de 17 mil ( um ano e meio antes nosso campori de divisão teve aproximadamente 4 mil ) , foi um visita que pude fazer ao Pathfinder Heritage , o Museu "dos Plata" , que depois viria a ser o Museu da Divisão de lá . Lembro que me encantei e a partir dali ficamos amigos. Quando do segundo Campori de nossa Divisão, em 1994 o pastor Jose Maria ( que também estivera no Colorado em 1985 ) trouxe o casal Plata , e desde então , nas muitas vezes que eles eram convidados a virem , eu acabava os ajudando, principalmente na questão de língua ( o Arnold e Colombiano de nascimento , assim que fala espanhol , mas a Dixie so fala em inglês ) . Neste meio tempo conheci e tive muito contato com Pastor John Hancock e Henry Bergh, e me lembro,  que em 1999 no primeiro Campori Internacional em Oshkosh conversando no Museu o pastor Henry Bergh falou que queria muito visitar o Brasil , e nossa delegação cantou pra ele o Hino em Português , a primeira vez que ele ouviu sua composição em nosso idioma . 

Logo apos aquela visita ao Museu , o pastor Erton Köhler , então departamental da União Nordeste me chamou e disse que seria um sonho ter o Museu no Primeiro Campori daquela União que ocorreria no final do mesmo ano , em Feira de Santana . Lembro-me que falei pra ele:  "então vamos  lá acertar com os Plata. ao que ele respondeu , a gente nem tem grana pra isso , e eu prometi para ele que minha empresa ( na época uma agencia de viagem pagaria as passagens dos dois ) faria isso . E assim tivemos o Museu no Campori em Feira de Santana . 

Assim nos anos seguintes ( 2000 e 2001 ) trouxemos o Museu para Camporis no Brasil . Mas no começo de 2002 numa conversa com o pastor Artur Marski sobre o Mega Campori da UEB , no Espirito Santo , me veio a lembrança da promessa que eu havia feito ao Pastor Henri Bergh, e que ele já havia me puxado a orelha dizendo ( em 2001 ) : Olha que o John já não vai mais aceitar o convite pra ir a Campori no Brasil ( o Pastor Henry era muito gozador e estava falando que o pastor John Hancock havia recentemente falecido ) , assim que decidi que esta era a hora de trazer , junto com o Museu o pastor henry Bergh e sua esposa Miyriam . Fiz uma proposta para os departamentais da UCB ( Pastor Udolcy e pastor Paulo Bravo ) e da UEB , pastor Artur Marski : Uma união , a UCB pagaria a passagem dos dois Plata , a UEB pagaria toda a despesa terrestre , pois o Museu estaria nos dois Camporis que foram com uma semana de intervalo , mais um passeio em Foz do Iguaçu , e eu acertaria e daria pra ambos os Camporis o Pastor Henry Bergh . E assim foi. Por quase 20 dias fiquei a disposição e cuidando do pastor Henry Bergh, que dava trabalho como todo desbravador...  Diabético  ele descobriu a maravilha que são os chocolates no Brasil, e mesmo sem falar português conseguia arrumar com os meninos e meninas, não sei como, contrabando de chocolate... e todo dia estava eu aplicando insulina nele. 

Creio que esta foi uma das maiores "aventuras" de minha vida . Ainda na preparação da vinda deles, os Plata me sugeriram que eu poderia começar um Museu "ai no Brasil" , e juntando tudo o que tinha, fiz alguns displays que acabamos expondo juntamente com eles , sendo assim a "inauguração" extra oficial do que veio a ser o Museu dos Desbravadores da DSA . ( 8 ) 

Desde então, e sendo oficializados em 2005 pelo pastor Erton , por ocasião do terceiro Campori da DSA , Em Santa Helena , temos este Ministério Voluntario de apoio , que tem viajado por toda a nossa Divisão em Camporis de Uniões , Associações , regionais , congressos e outras solenidades e locais , contando a historia dos Desbravadores . 

Viajamos de carros, vans, caminhão, comprei um ônibus pra atender a alguns Camporis ( Chile e USEB ) , e temos uma equipe de mais de 50 pessoas , todos Desbravadores , espalhados por vários estados do Brasil ( SP , RJ , BA , TO , MG , MS , AM , PR , GO , RN , PA ) Além de Argentina , Chile e Peru . 

Temos um acervo de mais de 65 mil itens, todos doados por admiradores, como o pastor Leo Ranzolin que ao se aposentar "limpou" a sua sala na Associação Geral , e foram varias caixas que vieram aos poucos via aérea para nosso Museu . 

Vários Lideres e amigos doaram suas coleções, e com isso temos itens históricos e as historias destes itens para apresentar aos pequenos, com o único objetivo de fazer com que se apaixonem por nosso Ministério e Sacerdócio : O CLUBE DOS DESBRAVADORES .

MARANATA           

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