Cordas
O "Manual Prático de Cordas" foi idealizado pelo Núcleo de
Cordoaria da AFIPOL (Associação Brasileira dos Produtores de Fibras
Poliolefínicas) com o objetivo de divulgar os principais conceitos aos
consumidores e usuários de cordas.
Na publicação, quando se fala de cordas, o texto está se referindo também a cabos e similares.
NOTA: Alguns textos não se referem ao Manual Prático de Cordas da AFIPOL, e sim textos de outras referências, que complementam o Manual.
História - A civilização da corda
A corda acompanha há séculos a evolução da civilização e da tecnologia.
Permitiu a construção do Coliseu de Roma, a decoração da Capela Sistina, a
conquista do K2 e a exploração dos abismos. Entretanto, dificilmente a
encontramos citada entre as grandes invenções que revolucionaram a história da
humanidade, como a roda ou a escrita. Porém, um lugar no topo da classificação
lhe seria de direito, uma vez que sem a corda, desde tempos remotos, tudo teria
sido muito mais difícil: capturar e domesticar animais, por exemplo, navegar,
transportar mercadorias, levantar pesos. Também o arco e flecha, a polia e o
machado não teriam existido.
Mas, quando nasceu a corda? As primeiras cordas rudimentares de que se tem conhecimento, feitas com fibras e pele, remontam a quase 20 mil anos atrás. Foram, porém, os antigos egípcios , como demonstram algumas inscrições feitas nas tumbas dos faraós, a realizar cordas que, em muitos aspectos eram similares às atuais, compostas a partir de fibras do papiro trabalhado e trançado ao redor de um bastão. Foi justamente ao longo do Nilo que se desenvolveram também as primeiras e importantes aplicações mecânicas das cordas, que com grande probabilidade foram determinantes na construção das pirâmides. Outras civilizações, da América à Ásia, recorreram a tendões e intestinos de animais, crina de cavalo, folhas e arbustos da bétula, do zimbro e do salgueiro, e mesmo de cabelos humanos. O próximo passo foi dado por gregos e romanos: ambos, na realidade, utilizaram o linho, o "sparto" (gramínea do mediterrâneo) e, sobretudo, o cânhamo (Cannabis sativa), do qual descobriram suas extraordinárias propriedades. Do caule desta planta se obtém fibras resistentes e flexíveis, que uma vez tratadas, podem ser torcidas sobre si mesmas e submetidas a tensões até formarem barbantes ou cordas. As cordas eram, então, instrumentos indispensáveis não só em terra (aonde serviam para dar movimento a moendas e polias, para embalar, arrastar, sustentar e elevar), mas também e, sobretudo, a bordo dos barcos.
A partir do final da idade média (cerca de 1300) e com a difusão do comércio por mar, a cordoaria se tornou uma atividade estratégica em toda a Europa. Com as primeiras máquinas se construíram cordas cada vez mais resistentes, de até 300 metros de comprimento (para cordas mais longas se recorria a assim chamada entrançadura: um sistema que permitia unir duas cordas, que entretanto dobravam de diâmetro na união, o que impossibilitava o seu uso, por exemplo, em polias. Na Inglaterra foram fundadas dezenas de cordoarias e, em 1328, foi a este propósito, instituído um Ministério das Cordas. Graças ao cânhamo, que crescia em abundância na ilha, os artesãos britânicos conquistaram o monopólio em uma vasta área da Europa e puderam, assim, resguardar por um longo período os segredos de sua fabricação.
O cânhamo não foi substituído até os primórdios de 1800. Não obstante
fosse necessário tratá-lo com betume, para poder torná-lo resistente à água do
mar, evitando assim seu apodrecimento, o cânhamo se revelou a melhor fibra em
muitas aplicações. Até nas mais impensáveis, como aconteceu no ano de 1586,
quando o Papa Sisto V fez erguer na praça de São Pedro, em Roma, o obelisco
egípcio, trazido para lá por Caligola em 39 d.C. A operação de construção do
monumento, de 26 metros e 350 toneladas, exigia uma tal concentração dos quase
900 operários, que uma lei vetou a estranhos que se aproximassem dos canteiros
de obra, inclusive para conversar. A pena para quem transgredisse a lei era a
forca. Mas os trabalhos se revelaram mais complexos do que o previsto. Munidos
de 140 cavalos e 44 cabrestantes, no dia 10 de setembro, se inicia a operação
de erguimento do monumento. A certo ponto, as cordas que sustentavam em pé o
obelisco, estavam cedendo em vista do peso excessivo. Um jovem marinheiro, que
estava no meio da multidão, Benedetto Bresca, se deu conta, e transgredindo as
ordens expressas do Papa, se pôs a gritar: "Aiga ae corde!" (água às
cordas). O arquiteto Domenico Fontana, responsável pela operação, lhe deu ouvidos
e deu ordem para que as cordas fossem molhadas. As fibras de cânhamo,
reforçadas pela água, se contraíram e o monumento foi salvo. O Papa, em
gratidão, lhe concedeu o direito de pedir o que quisesse: seu desejo foi o de
ser ele, e seus descendentes, quem forneceriam ao Vaticano as palmas para a
Semana Santa.
Em 1830, o sisal, uma fibra que se obtêm de uma planta tropical, o agave (Agave sisilana), veio a substituir o cânhamo nas aplicações náuticas: ambas possuíam uma alta tenacidade e uma elasticidade entre 1,5 e 4 %, mas o sisal reagia melhor a água salgada. O algodão, de sua parte, fornecia cordas melhores para serem manuseadas, enquanto o sisal, mais econômicas. Mas a verdadeira revolução se deu nos 900, com a introdução dos materiais sintéticos, derivados do petróleo ou do carvão (polietileno, polipropileno, poliéster e náilon). A partir daí as cordas se tornaram, cada vez mais, um item de concentração de tecnologia, capazes de absorver violentas solicitações (como as fibras poliamídicas usadas em cordas de escalada) ou de resistir à abrasão e aos agentes químicos e atmosféricos (como o polipropileno, utilizado na atracação de navios). A elasticidade destas fibras pode superar os 20% e diferentemente do cânhamo, não reter água e, algumas, até flutuar.
E há mais. Nos últimos anos, efetivamente, químicos e pesquisadores das grandes multinacionais criaram materiais para a produção de cordas de características extremas. Estes materiais são o kevlar®, twaron® e dyneema®. Uma corda construída com estes materiais (usados também na confecção de coletes à prova de balas) possui uma resistência igual a do aço, levando-se em conta uma mesma seção, enquanto que em paridade de peso, até dez vezes mais resistente. As cordas feitas com dyneema®, por exemplo, um polietileno patenteado pela holandesa Dsm e empregado, entre outras coisas, para ancorar plataformas de petróleo em águas profundas, podem suportar centenas, e até milhares, de toneladas de carga. Além do que, são materiais que suportam agentes ácidos e as descargas elétricas, possuem uma elasticidade muito reduzida, e como no caso do kevlar® (uma fibra para-aramídica produzida pela americana DuPont), não se fundem com o calor, mas se decompõem à temperatura de 500 ºC. O único inconveniente destas novas fibras parece ser, pelo menos neste momento, seu elevado custo.
Em contraposição aos materiais, em contínua evolução, a estrutura das cordas permaneceu inalterada da Idade Média aos dias de hoje. Baseando-se na técnica para fabricá-las, existem dois tipos: as cordas torcidas e as cordas trançadas (cada uma das quais possui, obviamente, dezenas de variantes). A corda torcida, que é a construção clássica, é constituída de centenas de filamentos, retorcidos entre si, que dão origem às pernas. As pernas, por sua vez, são torcidas umas as outras, em sentido oposto ao da primeira operação, dando origem à corda propriamente dita.
Hoje o trabalho é quase que totalmente feito por máquinas automáticas, mas até há algumas décadas atrás, explica Norberto Pardini, herdeiro da homônima e histórica cordoaria de Camaiore, Itália, ?o método adotado era a utilização do vagonete: um carro que percorria uma linha de ferro com algumas centenas de metros, e que retorcia três ou mais pernas puxadas por outro tanto de ganchos, que por sua vez eram movimentados por um sistema de engrenagens. O cordoeiro, no ínterim, acompanhava e controlava a operação ao lado do carro, ou sobre ele?. O mecanismo, lento e custoso, remonta ao século XIV-XV e permitia uma operação perfeita, uma vez que evitava torções muito fortes, ou poucas torções, capazes de inutilizar a corda. Foi exatamente com um sistema deste tipo que a cordoaria Pardini, em 1939, fez para o encouraçado Roma uma corda de cânhamo de 56 cm de circunferência, 200 metros de comprimento e mais de 6 toneladas de peso. Ainda mais volumosa foi a corda, feita em fibra de coco, que a empresa John & Edwin Wright, de Birmingham (Inglaterra), fez para o vapor Great Eastern na metade dos oitocentos (4 pernas, 15 mil filamentos e cerca de 1,20 metros de circunferência). O recorde da corda mais longa, sem emendas, pertence, porem, à londrina Frost Bros., que em 1874 superou os 18 mil metros.
Nas cordas trançadas, por sua vez, os filamentos em vez de serem torcidos entre si, vêm trançados uns aos outros e depois recobertos por uma capa, geralmente em fibra sintética. A resistência da corda, neste caso, é devida somente à sua parte interna (chamada alma), enquanto o revestimento possui uma função de proteção, ou estética.
A diferença entre os dois tipos é que a corda torcida, apta a amarração e ancoragem, é geralmente mais rígida, se desgasta menos, mantém os nós e pode ser emendada a cabos de aço. A trança, do seu lado, é mais macia e de melhor manuseio, escorre e se amolda mais facilmente, mas pode esconder defeitos em sua parte interna e, sobretudo, render ineficazes determinados nós, em vista de sua superfície lisa.
(artigo publicado na revista FOCUS
Itália n.109 - 11/2001 - pags.76-82)
Introdução
Desde a infância estamos envolvidos em situações que nos requer a
utilização de cordas.
Quem não teve problemas ao amarrar seu primeiro sapato? E quão difícil não foi perceber a perda do páreo para a ausência deste tipo de conhecimento!
Quem não teve problemas ao amarrar seu primeiro sapato? E quão difícil não foi perceber a perda do páreo para a ausência deste tipo de conhecimento!
A história da corda, um instrumento de auxílio e extensão, confunde-se com a própria história da humanidade.
Suas várias aplicações são bastante amplas, da construção civil e
eletromecânica, passando por utilização "offshore" como amarração de
petroleiros e ancoragem de plataformas e monobóias, além de atividades esportivas
e recreativas, até alcançarem as artes e o vestuário. Tudo isso permite-nos
afirmar que, apesar de simples, seu uso é quase irrestrito.
O uso das cordas de fibras naturais, bem como sua forma construtiva vem sendo amplamente substituídos pelas sintéticas e formas específicas de construção, a fim de adequar-se às normas técnicas e oferecer segurança àqueles que se submetem a esses elementos tenses. As fibras sintéticas mais utilizadas na atualidade são o polietileno, polipropileno, poliéster e o poliamida (nylon).
As cordas estão e estarão sempre presentes como auxiliares responsáveis pela conquista de várias situações em que o homem sozinho jamais ousaria desafiar.
Tipos de Cordas
Torcida 3 ou 4 pernas
Muito utilizada nas atividades ligadas a navegação, náutica e pesca, sua
principal característica é a facilidade da confecção de emendas, alças e
costuras. Sua geometria helicoidal garante a corda um maior alongamento.
Eventualmente podem ocorrer o distorcimento ou o encavalamento das pernas, quando
mal construídas ou submetidas a grandes esforços de tração.
A corda torcida é constituída por pernas torcida umas as outras, originaria de centenas de filamentos retorcidos, deixando-a rígida, sua principal característica é sua resistência a desgaste, ideal para ancoragem e amarração, onde pode ser emendada a um cabo de aço.
Trançada sem alma
Tem sua aplicação garantida na pecuária para a fabricação de cabrestos e outros acessórios de montaria. também é utilizada na fabricação de bolsas e artefatos,. Sua principal vantagem é a facilidade na confecção de alças, onde sua ponta é introduzida no seu próprio corpo que é oco. Normalmente tem sua resistência à tração reduzida em relação às suas congêneres.
Trançada com alma
Apesar de introduzida recentemente no Brasil, este tipo de corda tem tido seu uso ampliado a muitas aplicações e em todas as regiões. Muito usada na amarração de cargas devido a sua excelente capacidade de confecção de nós. Na lida com o gado ou mesmo na náutica, sem emprego é garantido e seguro.
Apesar de introduzida recentemente no Brasil, este tipo de corda tem tido seu uso ampliado a muitas aplicações e em todas as regiões. Muito usada na amarração de cargas devido a sua excelente capacidade de confecção de nós. Na lida com o gado ou mesmo na náutica, sem emprego é garantido e seguro.
A corda trançada possui filamentos encapados, onde sua ?alma? (parte interna) determina sua resistência, e seu revestimento forma uma proteção, se moldando de forma fácil e possuindo maior facilidade de manuseio.
Trançada com alma e alerta visual
Usada como corda de segurança e resgate, é utilizada para rapel e em trabalhos de altura que exijam grande segurança.
Usada como corda de segurança e resgate, é utilizada para rapel e em trabalhos de altura que exijam grande segurança.
Existe, neste segmento, a corda para cadeira suspensa ou trava-queda, especificada conforme portaria M.P. n° 013 de 09/07/2002.
Trançadas especiais
Englobamos nesta categoria as cordas utilizadas na náutica de vela, as cordas de escalada e de usos especiais.
Englobamos nesta categoria as cordas utilizadas na náutica de vela, as cordas de escalada e de usos especiais.
Fibras mais utilizadas na cordoaria
São divididas em Naturais e Sintéticas, sendo estas últimas, hoje em
dia, as preferidas, principalmente pelas suas características de resistência à
tração e durabilidade. São elas:
Naturais
Naturais
Das que ainda são produzidas na indústria brasileira, podemos destacar o
sisal e o algodão. Além disso, existem ainda o cânhamo, manila, rami e a juta.
As cordas de sisal surgiram em 1830, substituindo o cânhamo. A fibra da corda
sisal é encontrada em uma planta chamada agave, semelhante ao pé de abacaxi.
Possuindo uma alta tenacidade e elasticidade, as cordas de sisal reagem melhor
à água salgada, sendo assim muito utilizada nas aplicações náuticas.
No processo de construção das cordas de sisal há o cuidado de separar as fibras novas e genuínas, que não sofrerão qualquer tipo de alteração, uniformes e sem defeitos. No final do processo, as cordas de sisal passam por um tratamento a óleo lubrificante especial, que tem por finalidade amaciar e lubrificar as fibras, criando uma proteção nos filamentos e fazendo com que a corda sisal resista melhor à umidade.
Devido a sua resistência a umidade e intempéries, algumas embarcações preferem a corda de sisal. Além de ser utilizada em ambientes marítimos, a corda sisal também é usada na decoração e trabalhos artesanais.
Sintéticas
Entre as principais, destacam-se o Poliamida (nylon), polipropileno,
polietileno e poliéster. Estas fibras são apresentadas em:
A corda de Poliamida, também conhecida como corda de Nylon ou corda bombeiro, é
uma das cordas mais fortes da família de fibras sintéticas.
Excepcionalmente resistentes, a corda de nylon é resistente a sucessivos carregamentos, e possui uma vida útil superior comparada às outras cordas. Sua matéria prima e construção é um dos principais fatores que tornam as cordas de nylon cordas de excelente qualidade.
A corda de nylon é proveniente das resinas termoplásticas que tem grande resistência a abrasão. Os filamentos lubrificados internamente protegem suas fibras da abrasão causada pelo atrito.
As cordas de nylon em contato com a água não sofrem nenhuma transformação mantendo a corda flexível. Quando submetida à abrasão, sua resistência é 80 vezes superior comparado ao de uma fibra natural. As cordas de nylon possuem grande resistência quando exposta a ácidos orgânicos, a substâncias alcalinas e ao sulfato de carbono.
Quando submetida à grande choque, a corda de nylon apresenta boa recuperação elástica e alongamento, o que lhe concede alta resistência. As cordas nylon podem ser utilizadas por bombeiros, em balancins, trava quedas e para elevação e amarração de cargas.
A corda de poliamida é utilizada pelo Corpo de Bombeiros para auxiliar nos salvamentos, sendo assim conhecida como corda bombeiro.
Suscetível à degradação causada pelos raios ultravioleta e agentes químicos, a corda bombeiro, que possui como matéria prima a poliamida, sendo confeccionada em grande escala e fazendo parte da família das fibras sintéticas. A corda bombeiro permite a formação de vários nós e configurações pelo seu fácil manuseio.
Por apresentar uma grande capacidade de absorver energia, a corda bombeiro, juntamente com seu bom alongamento, proporciona a segurança desejada nas aplicações onde há perigo. A poliamida possui maior resistência que as outras cordas sintéticas, proporcionando assim, uma vida útil superior, devido a todo seu excelente processo de fabricação, desde a matéria prima até sua construção.
As Cordas de Polietileno possuem uma alta densidade, por isso tem uma grande aceitação no mercado, devido a suas propriedades químicas e físicas. A composição da corda de polietileno é obtida pela polimeração do etileno, que forma macromoléculas em longas cadeias com segmentos idênticos. Devido a esse processo, as cordas polietileno também possuem alta resistência à fadiga, a abrasão e flutuação, devido ao seu peso molecular e densidade das resinas.
Ideais para ambientes marítimos, que normalmente tem ataque de microrganismos e fungos em seu armazenamento, as Cordas de Polietileno não apodrecem, podendo ser estocada sem cuidados especiais.
As Cordas de Polietileno podem ser aplicadas em poita, para chumbada, confecção de redes para pesca e para cintos de segurança.
As cordas de polipropileno possuem uma grande aceitação no mercado devido ao seu baixo peso e ao seu monofilamento e multifilamento, que confere a flutuabilidade a corda, apresentando excelentes propriedades mecânicas.
Devido a sua alta resistência à tração, as cordas de polipropileno são vantajosas quando utilizadas no reboque de veleiros e navios. Essas cordas não absorvem água e umidade, sendo de fácil manuseio a atrações.
Além disso, as cordas de polipropileno são fáceis de deslocar-se a bordo, apresentando excelente desempenho em suas costuras de mão e emenda, além de ser resistente à fadiga, abrasão e ao choque.
Da família das fibras sintéticas, a corda de polipropileno é a mais econômica, podendo ser usada para atração e amarração no ambiente marítimo e transporte e amarração de cargas.
A corda rapel é um equipamento desenvolvido e utilizado para escalada. As cordas utilizadas por esse esporte antigamente, eram as cordas sisal e de algodão, usadas somente apara proteger os escaladores, não havendo segurança durante toda a subida ou descida. Com o surgimento da poliamida (Nylon ? Dupont), as cordas destinadas para a prática do rapel se desenvolveram e atualmente são chamadas de cordas rapel, com alta tecnologia de fabricação, fácil manuseio, leves e capazes de suportar até duas toneladas.
Oriunda do alpinismo, o rapel é uma atividade esportiva praticada na vertical e até mesmo para o salvamento e resgate de pessoas, sendo a corda rapel a principal ferramenta utilizada na subida e na descida. É importante verificar no momento da escalada se a corda rapel está equipada de forma correta em todos os seus pontos.
As cordas rapel são fabricadas conforme normas nacionais e internacionais, colocando em primeiro lugar a segurança de seus praticantes.
Principais características das fibras
utilizadas em cordoarias no Brasil
O quê observar na hora de escolher uma corda
Diâmetro
É a espessura da corda Traduzida em milímetros ou polegadas. Nas
aplicações em que a mão do homem estará em permanente contato com a corda, é
importante que se observe a "pega". diâmetros inferiores a 12 mm não
são recomendados nestes casos.
Rendimento
É a quantidade de metros encontrada em um quilo de corda (kg/m). Cordas
de um mesmo diâmetro têm rendimentos diferentes em função do peso específico de
suas matérias-primas.
Carga de Ruptura
É o ponto de rompimento de uma corda quando submetida a esforço de
tração maior que a sua resistência.
Ao escolher uma corda, nunca o faça pelo seu limite que é a carga de ruptura. Utilize sempre a CARGA DE TRABALHO como padrão de carga a ser usada. Lembre-se que a carga de ruptura é o limite máximo de resistência à tração da corda.
Importante: ao dar um nó em uma corda a sua resistência é automaticamente reduzida (tem-se o efeito de nós e emendas).
Portanto, lembre-se que as tabelas de cargas de rupturas referem-se a cordas sem nó.
Carga de Trabalho
Carga de Trabalho significa a carga média ideal a que uma corda deve ser
submetida quando em uso. Este é o padrão correto na escolha de uma corda. A
carga de trabalho está intimamente relacionada com a carga de ruptura, isto é,
ela é encontrada usando-se um fator redutor na carga de ruptura. Este redutor
pode variar de acordo com o grau de responsabilidade e risco empregado no uso
de uma corda.
Em aplicações de baixo risco é utilizado um fator redutor entre 5 a 7 vezes a carga de ruptura. Já para aplicações em que existe o risco de vidas humanas, o fator (índice) aumenta para 10 a 12 vezes a carga de ruptura.
Importante: neste caso também deve-se considerar a queda de resistência à tração de uma corda quando da aplicação de um determinado nó, o qual poderá reduzir a resistência em até 40%.
Exemplo: uma Corda cuja carga de ruptura seja de 1.400 kgf, para aplicação de baixo risco, calcula-se da seguinte forma: 1.400 : 7 = 200.
Flutuabilidade
É a capacidade que uma corda tem de flutuar quando em contato com a
água. Esta flutuabilidade é decorrente do peso específico da fibra utilizada na
produção da corda. Em determinadas aplicações, a flutuabilidade é um fator
importante e decisivo na escolha de uma corda.
Exemplo: Corda (ou cabo) para âncora (poita) de embarcações deve (por lei) afundar para evitar que ao flutuar outras embarcações enrosquem suas hélices ao passar perto de um barco fundeado.
Elasticidade
É a propriedade de alongamento de uma corda. Este alongamento (alto ou
baixo) é o resultado de uma combinação de elasticidade da fibra e da construção
utilizada na corda. Cordas com maior alongamento são mais indicadas para
aplicações em que o "tranco" é um fenômeno que ocorre com freqüência.
A alta elasticidade é capaz de reduzir o impacto e absorver melhor sua energia.
São indispensáveis em grande parte das aplicações e uso de cordas. Entretanto,
eles são responsáveis pela redução de cerca de 40% da resistência de uma corda.
Dessa forma, ao utilizar uma corda com nó, lembrar que sua resistência à tração está consideravelmente reduzida. O mesmo efeito deve ser levado em conta com a carga de trabalho.
Dessa forma, ao utilizar uma corda com nó, lembrar que sua resistência à tração está consideravelmente reduzida. O mesmo efeito deve ser levado em conta com a carga de trabalho.
Emendas
São utilizadas sempre que é necessário unir uma corda a outra. Quando
bem feitas, não causam redução nas cargas, já que a corda na emenda dobra de
diâmetro. São muito utilizadas para reparar uma corda quando esta sofreu
abrasão muito forte em determinada secção do sem comprimento.
É mais indicado eliminar-se um pedaço de corda sensivelmente afetada pela abrasão e fazer-se uma costura de emenda.
Abrasão
É talvez uma das principais causas de desgaste e redução da vida útil de
uma corda. Por ser sensível ao atrito em superfícies cortantes, ásperas e
pontiagudas, as cordas devem ser manuseadas evitando-se sempre que possível
este atrito. Portanto, evite o contato da corda com superfícies de grande
abrasividade.
Água Salgada
É agressiva às cordas de fibras naturais, como o sisal e o algodão. Além
da umidade, a água salgada pode conter bactérias específicas que levam a
decomposição da fibra num processo acelerado e contínuo. Já com as fibras
sintéticas, a água salgada não tem grande influência. É observado apenas um
"endurecimento" da corda proveniente da absorção do sal pelas fibras,
mas nada, além disto.
De qualquer maneira, havendo possibilidades, lave sempre a corda com água doce após seu uso no mar.
Intempéries
A ação dos raios ultravioleta (UV) e a umidade sobre as fibras de uma
corda reduzem sensivelmente sua vida útil e a segurança no uso do produto.
Portanto, evite, sempre que possível, deixar uma corda exposta ao tempo. Cordas
fabricadas com fibras naturais são muito sensíveis à umidade, fator que provoca
o surgimento de fungos e bactérias que a destroem. Algumas fibras sintéticas,
derivadas do petróleo (polipropileno, por exemplo), podem ser sensíveis aos
raios UV se não forem tratadas (estabilizadas) com produtos químicos na sua
fabricação.
Temperaturas
Altas temperaturas (acima de 80 °C) ou muito baixas (inferiores a -10
°C) interferem na performance e durabilidade das cordas.
Evite a exposição e a utilização das cordas em temperaturas extremas.
Produtos Químicos
Na maioria dos casos, RECOMENDA-SE MANTER AS CORDAS LONGE DE PRODUTOS
QUÍMICOS. Algumas fibras são mais resistentes do que outras a produtos de
origem ácida ou alcalina.
No caso de utilização da corda requerer um contato próximo e frequente com determinados produtos químicos, consulte o fabricante e informe suas necessidades, antes de adquiri-la.
Contato Manual
Parece que não, mas este é um item importante para o usuário de uma
corda. A relação entre o diâmetro da corda, a textura de sua fibra e a mão do
usuário é muito importante para sua segurança e conforto.
Fibras naturais e multifilamentadas com diâmetros superiores a 12 mm são melhores no contato manual e têm boa "pega".
Assim, procure sempre estar atento a esta relação para obter um melhor resultado!
Cordas de escaladas
A corda é o material mais importante para as atividades de alpinismo,
escalada, espeleologia e trabalhos em altura. Podem ser classificadas em
estáticas e dinâmicas, porém na realidade as chamadas estáticas são cordas semi-estáticas
que pela legislação possuem de 3% a 5% (Norma EN 1891) de elasticidade.
Isso porque não existe um material que possa confeccionar um cabo que não tenha alguma elasticidade, até mesmos os cabos de aço possuem certa elasticidade.
Cordas estáticas geralmente são usadas em espeleologia ou trabalho em
altura, portanto neste artigo trataremos especificamente de cordas dinâmicas,
que por sua vez possuem algo em torno de 8% a 12% de elasticidade Norma EN 892).
Dentro das dinâmicas existem 3 principais tipos:
- Corda
inteira
- Meia
corda
- Corda
gêmea
Antes de entrarmos no assunto da cordas é importante chamar atenção para
algumas nomenclaturas adotadas:
- SWL
(Safe Work Load) - Carga Segura de Trabalho
- WLL
(Work Load Limit) - Carga Limite de Trabalho
Carga segura de trabalho 10% da indicação do fabricante em caso de material
têxtil, como as cordas e 20% em caso de metálico ou seja se uma corda indica 30
KN (quilo Newton), significa que o WLL é 30 kN e SWL é 3 kN. Vale ressaltar que
no estudo da física existem contas muito complexas para chegar no final a uma
força com 30 kN. Por isso não basta dizer que se a corda aguenta 30 kN, posso
levantar um carro pois existem diversos fatores como velocidade e aceleração
que irão influenciar.
Obrigatoriamente, em medidas de força, não se usa a medida kg (quilogramas), portanto quando alguém falar que ?tal material? suporta 3.000 kg ou 2.500 kg, mude de assunto pois esta pessoa não entende nada de física.
Não vamos entrar no mérito geral da construção da corda, para não estender muito este artigo, mas como já é muito conhecido possuem estrutura interna e externa, chamado de corpo e alma. De acordo com testes a capa ou estrutura externa contribui em 30% para a sua resistência de ruptura. (Para mais informações sobre como escolher cordas,
Referências
- PLAMÓDIA Cabos & Cordas
- http://www.plasmodia.com.br/index.php? option=com_content&view=article&id=88&Itemid=239
- AFIPOL
- http://www.afipol.org.br/manual_de_cordas.htm
- ACRO
Cabo - http://www.acrocabo.com.br/
- Bombeiroswaldo
- http://bombeiroswaldo.blogspot.com.br
- BLOGDESCALADA
- http://blogdescalada.com/
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