sexta-feira, 12 de março de 2021

III Campori da Divisão Sul Americana

 III Campori da Divisão Sul Americana


“Fonte de Esperança”

Santa Helena - Paraná - Brasil





Máquinas, caminhões, tratores, mais de 100 computadores e 300 pessoas estiveram envolvidos na montagem da infraestrutura do 3º Campori Sul-Americano de Desbravadores, nos dias 11 a 16 de janeiro de 2005, em Santa Helena, na costa oeste do Paraná. A cidade tem cerca de 20 mil habitantes e viu, da noite para o dia, esse número dobrar, com a chegada de quase 20 mil desbravadores de oito países sul-americanos, além de representantes da Rússia, Japão, Ucrânia, China, Estados Unidos, Portugal e Suíça.

Para atender a tantas pessoas, foi necessário construir reservatórios para 380 mil litros de água; prover energia elétrica suficiente para abastecer seis mil residências; preparar 11 enfermarias, dois postos médicos e um posto bancário; e montar cerca de 500 cozinhas (que prepararam 20 toneladas de alimentos por dia). Além das atividades normais de um campori, a cada dia
cerca de seis mil jovens prestaram diferentes serviços comunitários, visitando as residências da área urbana do município.



Dias antes de começar a montagem do 3º Campori Sul-Americano de Desbravadores chovia constantemente na região de Santa Helena, na costa oeste do Paraná. Depois que os operários iniciaram os trabalhos, a chuva desapareceu e o sol surgiu intenso e brilhante. Mesmo assim, tal como no deserto do Antigo Testamento, o forte calor sempre dava trégua quando os quase 20 mil desbravadores e pessoal de apoio, vindos de todo o Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Peru, Colômbia e Equador (além de representantes da Rússia, Japão, Ucrânia, China, Estados Unidos, Portugal e Suíça) se reuniam para as programações diárias. Ventos fortes que atingiam a orla do lago de Itaipu também cessaram na noite de terça-feira, dia 11, quando o evento foi aberto oficialmente. Providência divina para a segurança do palco preparado sobre uma balsa de 750 m2. Acontece que, por conta da estrutura montada sobre a embarcação, ela acabou se transformando em uma espécie de navio superpotente, que teimava em não permanecer na posição.


Líder Mundial dos Desbravadores, Pastor Robert Holbrook, e o Pastor Erton Köhler idealizador do III Campori da DSA. 

As condições climáticas perfeitas foram a maior prova de que Deus conduziu com mãos firmes a realização da terceira edição do Campori Sul Americano. Para o coordenador geral do evento e líder de Jovens da Divisão Sul-Americana (DSA), Pastor Erton Köhler, o espírito de toda a organização é de gratidão a Deus e a todos: “Num encontro como este, vários problemas poderiam ter acontecido, os desbravadores se comportaram de maneira equilibrada, unida e honesta. Tenho a confiança de que o Clube de Desbravadores é de Deus, essa igreja é de Deus. Depois deste evento, se alguém tinha alguma dúvida, esta já não existe mais.”


Governador do Paraná, Roberto Requião, participa da abertura do Campori e recebe lenço de presente dos desbravadores



Pastor Erton homenageia a peruana Nercida Ruiz, fundadora do primeiro clube de desbravadores da América do Sul


Uma cidade – Para que os desbravadores do 3º Campori Sul-Americano pudessem se tornar “Fonte de Esperança”, como o tema do acampamento sugeria, uma infraestrutura gigantesca foi montada. Reservatórios para 380 mil litros de água; energia elétrica suficiente para abastecer seis mil residências; 11 enfermarias; dois postos médicos; um posto bancário; mais de 100 computadores com acesso à Internet; e cerca de 500 cozinhas (que prepararam 20 toneladas de alimentos por dia). O balanço final do evento mostrou que mais de 15 mil refeições foram servidas somente para o pessoal de apoio, por exemplo. Mais de 60 mil pessoas visitaram a única caverna móvel e artificial de que se tem notícia na América Latina. Centenas de visitantes da comunidade estiveram presentes no evento no Sábado, conhecendo as instalações do Campori. A participação da comunidade de Santa Helena, aliás, foi impressionante, segundo os organizadores: “A prefeitura e a população não mediram esforços para fazer com que tudo no acampamento funcionasse com perfeição”, explica o Pastor Erton. A parceria e a realização do Campori, inclusive, entraram para a história do município em dois momentos.

Primeiro com a inauguração da Praça dos Desbravadores, dentro do Parque Balneário, onde aconteceu o Campori. Uma obra de arte com imagens do Campori, como o símbolo dos Desbravadores, o slogan “Fonte de Esperança”, barracas, machados e outros foram talhados em um tronco de ipê e doada pela organização geral ao município. A prefeitura, por sua vez, anunciou a construção da praça onde a peça foi instalada, arborizada com as mesmas flores e plantas usadas nos portais dos clubes. O segundo registro histórico ficou por conta da candidatura oficial assumida pela prefeitura de Santa Helena de sediar o 4º Campori Sul-Americano de Desbravadores, em 2015. De acordo com o prefeito, “toda a sociedade santa-helenense, de uma forma ou de outra, foi beneficiada pelo evento, seja pelos ensinamentos transmitidos pelos desbravadores, ou pela geração de empregos e renda, ficando registrado em nossa memória que o 3º Campori trouxe para todos muita paz e trabalho. Por isso queremos recebê-los aqui novamente daqui a dez anos”.

Ações comunitárias – Além das atividades normais de um campori – provas, cultos, apresentações, etc. –, a cada dia, cerca de seis mil jovens prestaram diferentes serviços comunitários, visitando as residências da área urbana do município. Segundo o coordenador das ações comunitárias, Pastor Elieser Vargas, “a ideia geral foi conscientizar os desbravadores de que eles devem aprender desde cedo a serem úteis à sociedade”. Na quarta-feira, dia 12, cada residência e estabelecimento comercial da cidade recebeu um folheto com informações sobre como se prevenir da dengue, além de um ímã de geladeira com os telefones úteis de Santa Helena e dicas de como economizar água e energia elétrica. Na quinta-feira, os desbravadores distribuíram um folheto com orientações sobre economia de luz e um saco plástico para lixo orgânico. A intenção foi auxiliar a Prefeitura na implantação de um programa de coleta seletiva de lixo. No último dia de projetos comunitários, sexta-feira, foram entregues na cidade um folheto com dicas para a população gastar menos água e outro com informações para interessados em estudar a Bíblia. Além disso, todos os dias foram distribuídos sacos de lixo para carro e toalhas de papel para mesa com dicas de economia e dados sobre quem são os Desbravadores. Também foi realizada uma exposição sobre as atividades dos Desbravadores, na praça central da cidade, e recreação para crianças, na Praça do Colono e na Praça Santos Dumont.

Correios lançam selo comemorativo do Campori


Líder Mundial de Jovens, Pastor Baraka Muganda, e o diretor dos Correios do Paraná, Areovaldo Figueiredo, apresentam o selo do Campori

A direção estadual da Empresa de Correios e Telégrafos e a organização do 3º Campori Sul-Americano de Desbravadores lançou, no dia 11, o selo e o carimbo com o tema do evento: “Fonte de Esperança”. Todas as correspondências enviadas pelos participantes do Campori, a partir do posto dos Correios, montado na sede do evento, tiveram o selo e o carimbo oficial. Ao todo, foram confeccionados dois mil selos. Durante a cerimônia de lançamento, o diretor dos Correios no Paraná, Areovaldo Figueiredo, destacou a importância do Campori: “Ouvi pessoas, jovens, falando de amor, de amizade. Falando de valores que a televisão não mostra. Quem não tem esses valores e principalmente o valor da fé, fica doido, fica estressado e não vive bem.” O líder mundial de Jovens e Desbravadores, Pastor Baraka Muganda, obliterou e assinou a peça que ficará nas Agências dos Correios e recebeu um troféu com a réplica do selo. O Pastor Erton explicou o significado do lançamento do selo para os desbravadores e para o evento: “O selo torna definitivo o evento. É a marca que fica com o tempo. Também é cultura e nós estimulamos isso no desbravador. O selo vai deixar este registro para nós.

Lago de Itaipu vira tanque batismal

para 225 desbravadores


Na última noite do Campori, o Lago de Itaipu se transformou em um grande tanque batismal. O sonho de ser batizado num campori se tornou realidade para 225 desbravadores, que entregaram a vida a Jesus. Dezenas de pastores realizaram a cerimônia quase simultaneamente, formando uma cena emocionante para quem participava e também assistia. Entre os candidatos, a emoção era dobrada. “Fiquei muito emocionado e até nervoso”, declarou Ezequiel da Silva, do Rio de Janeiro. Joabe, de 13 anos, do Clube K2, de São Paulo, contou que sentiu algo muito forte em seu coração quando foi mergulhado nas águas: “Foi como se o Espírito Santo tivesse me acolhido.” Para a argentina Daniely Amaya, de 10 anos, do Clube El Éden Moron, “estar num campori já é uma emoção muito grande, ser batizado é muito mais que uma emoção, é um privilégio”. Após o batismo, o Pastor Erton fez um apelo para que aqueles que sentissem vontade de se batizar se colocassem em pé. Aproximadamente 400 jovens e adolescente se manifestaram. Para as cerimônias batismais realizadas durante o evento, todos os desbravadores tiveram que se preparar por meio de uma série de estudos bíblicos. Segundo o líder de
Jovens da Missão do Sul da Argentina, Pastor Fernando Müller, “esse batismo vai ficar no coração de todos os desbravadores”.

História dos Primeiros Camporis

Os camporis sul-americanos deixaram muitas marcas na história dos Desbravadores. A cada período de dez anos, o mega acampamento acumula expectativas, mudanças e novos desafios. É a terceira vez que o evento ocorre no Paraná.

O 1º Campori Sul-Americano aconteceu em 1984, em Foz do Iguaçu. Quem esteve lá conta que o maior desafio foi superar alguns imprevistos causados pela inexperiência. Era um evento inédito no país, que reuniu 3,5 mil desbravadores, sob o tema “Da Natureza ao Criador”. O coordenador do evento, Pastor Cláudio Chagas Belz, foi homenageado em Santa Helena, pelo seu pioneirismo e liderança. Após 20 anos da primeira edição, o desbravador e hoje líder de clube, Arlindo Rozeno, diz que mantém amizades feitas com adolescentes que conheceu da Argentina e Bolívia: “Pegamos muitos endereços para correspondência e até hoje escrevo cartas para eles”, conta Arlindo, hoje com 41 anos. O líder participou também da segunda edição do encontro e hoje ajuda na equipe de apoio do terceiro. 

No 2º Campori Sul-Americano, realizado em 1994, em Ponta Grossa, o número de desbravadores quase triplicou. Foram cerca de nove mil juvenis e jovens que andaram “Na Trilha dos Pioneiros” (o tema do evento), durante uma semana. Coordenado pelo Pastor José Maria, o campori também foi importante para o desenvolvimento do Clube de Desbravadores na América do Sul






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