I
Campori da Divisão Sul Americana
“Da
Natureza ao Criador”
Foz do Iguaçu - Paraná - Brasil
28 de Dezembro 1983 a 04 de Janeiro de 1984
Diretor Geral: Pastor Claudio Chagas Belz
28 de Dezembro 1983 a 04 de Janeiro de 1984
Diretor Geral: Pastor Claudio Chagas Belz
Passavam-se alguns minutos das 16 horas de
quarta-feira, 28 de dezembro. Depois de longa viagem aérea que o trouxera a Foz
do Iguaçu, PR, o Pastor Léo Ranzolin, líder mundial dos jovens adventistas,
encontrava-se novamente no ar, desta vez a bordo de um helicóptero de pequeno
porte. Momentos antes de sobrevoar as majestosas cataratas do rio Iguaçu, o
piloto ao seu lado apontou para uma área à esquerda, pontilhada por centenas de
barracas. Um pouco mais à direita do enorme acampamento, estendia-se um
verdadeiro exército de desbravadores, disposto em pequenos pelotões,
devidamente perfilados.
Abertura do I Campori da Divisão Sul Americana
Após certificar-se da existência de uma área para
pouso, o piloto desceu o aparelho nas proximidades de um palanque, sobre o qual
transcorriam as cerimônias de abertura do I Campori da Divisão Sul-Americana.
Ao emergir da cabine, o Pastor Ranzolin foi cumprimentado pelos principais
líderes de desbravadores da América do Sul, e saudou em seguida os 3.500
desbravadores que, estupefatos, assistiam à chegada de um de seus líderes
mundiais.
O clima naturalmente era de expectativa. Afinal, pela
primeira vez desde a fundação do primeiro Clube Sul-Americano de Desbravadores,
no ano de 1955, em Lima, Capital Peruana, juvenis dos oito países que compõem a
DSA convergiam para um mesmo local a fim de realizar seu primeiro campori
continental. Promovido pelas Uniões Austral, Chilena, Incaica, Este-Brasileira,
Sul-Brasileira e Norte-Brasileira, o evento visava proporcionar um intercâmbio
cultural, informativo, espiritual, social e técnico entre os desbravadores do
Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru e Equador, e ainda
fortalecer sua fé e confiança na Igreja, ao oferecer-lhes uma visão da
internacionalidade da religião que abraçaram.
Maturidade e Determinação Embora já venham sendo realizados
há algum tempo em outros continentes, os camporis a nível de Divisão foram
intensificados nos últimos cinco anos, como informou o líder mundial dos
desbravadores, Pastor Michael Stevenson, presente a este Campori e bem-impressionado
com a maturidade dos clubes de desbravadores sul-americanos.
Mas além da maturidade organizacional e estrutural
requerida para montar um evento de tal porte, os juvenis deram uma verdadeira
demonstração de coragem e determinação antes de poder participar do Campori. Os
representantes do Equador, por exemplo, empreenderam uma estafante viagem de 10
dias para atingirem Foz do Iguaçu. Para os que vieram da União Incaica, a
participação no Campori custou nada menos do que três salários mensais de seus
pais. Os esforços não foram menores para a delegação de Manaus, AM, que
atravessou o país de ônibus em exaustivos cinco dias de viagem.
Mas cansaço e indisposição não transpareceram durante
as atividades que se prolongaram de 28 de Dezembro de 1983 a 4 de Janeiro de
1984. Tampouco as instalações improvisadas, ou o calor que insistentemente
beirava os 40°C, perturbaram o andamento normal das programações, embora os
casos de desmaios fossem frequentes e a equipe de oito médicos e enfermeiros do
hospital de campanha estivesse permanentemente ocupada.
Desde as 6:00 horas, quando o acampamento despertava
ao toque do clarim, até às 22:30, hora em que os acampantes se recolhiam às
suas barracas, o dia era preenchido por uma programação intensa que envolvia os
participantes em atividades espirituais, recreativas, cívicas e culturais.
Logo após cumprirem o ritual de higiene matinal, os
clubes reuniam seus integrantes para estudarem a lição da Escola Sabatina.
Seguia-se o desjejum, preparado pelos próprios clubes, após o que todos os
desbravadores, rigorosamente uniformizados, participavam da solenidade de
Formatura. Essa cerimônia, que se prolongava por 45 minutos, constava de
hasteamento das bandeiras, revista aos clubes, troca de oficiais e adjuntos,
leitura da Meditação Matinal, uma breve mensagem pastoral, e a apresentação do
boletim do dia.
Os 60 minutos seguintes destinavam-se à limpeza e
arrumação do acampamento, enquanto alguns líderes inspecionavam as barracas e
cozinhas de cada clube. Em uma dessas inspeções, o Pastor Michael Stevenson
explicou que a vistoria tinha por finalidade verificar as condições de higiene
e a organização nas cozinhas, a quantidade de alimento disponível, a qualidade
das instalações e se estavam sendo devidamente utilizadas.
Diariamente, a qualidade
da alimentação era aferida pelo Pastor Michael Stevenson
Mas entre uma e outra entrevista com as cozinheiras,
para saber qual seria o cardápio do dia, o Pastor Stevenson também aferia a
qualidade do ambiente. Em determinado momento da inspeção, por exemplo, pediu a
um ajudante de cozinha que desligasse seu rádio que, sintonizado numa música um
tanto estridente, "estava causando poluição sonora".
O clube coreano de Assunção, Paraguai, improvisou a
cozinha a partir de material silvestre
O horário das 10 às 11 horas era cada dia preenchido
por uma atividade diferente, geralmente constando de relatórios e apresentações
de atividades previamente desenvolvidas pelos clubes, desde especialidades a
trabalhos missionários.
À tarde, grupos de aproximadamente 1.000 desbravadores
participavam de atividades recreativas, passeios turísticos ou competições
esportivas. Todos os 104 clubes participantes, enfim, puderam, no decorrer de
quatro dias, competir nas brincadeiras de lançamento de sapatos, relevo de
água, corrida de jacaré, flexão de tronco, fazer demonstrações de ordem unida,
competir com outros clubes nas corridas de 100 e 200 metros, e no lançamento de
ovos. Houve ainda a oportunidade de visitar as cataratas de Foz do Iguaçu e a
Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo.
As "torcidas" comparecem em peso aos eventos
esportivos.
Por ocasião da primeira visita à hidrelétrica, os
desbravadores, acompanhados pelo Pastor Léo Ranzolin, entregaram uma placa de
agradecimento aos representantes da Itaipu Binacional. Em seguida, o grupo foi
conduzido através da usina por Amority Prochmann, assessor de relações públicas
da entidade, que prestou informações sobre o funcionamento da usina, sua
capacidade, etc. Ao final da visita, que também constou de apresentação
audiovisual, os desbravadores do Clube de Desbravadores Luzeiros do Vale, de
Jacareí – SP, fizeram uma demonstração de Ordem Unida, dedicando depois uma
oração em favor do empreendimento, perante o Sr. Prochmann.
Após o "Maná de Daniel", como se
convencionou chamar o jantar, as programações do dia culminavam c om
apresentações especiais das Uniões.
Dirigidas pelos próprios departamentais,
representantes de cada União exibiam aspectos históricos e folclóricos de suas
regiões de origem, assim como relatos do surgimento e atuação dos desbravadores
no seu país.
A União Austral, integrada por argentinos, uruguaios e
paraguaios, apresentou uma mostra, por meio de slides e
dramatizações, da história dos desbravadores naquele Campo, e das
características de cada país representado — paisagens, trajes típicos e músicas
folclóricas.
Muito aplaudidos, os representantes da União Sul iniciaram
seu programa com um desfile de roupas típicas características de todos os sete
Estados do Campo. Aproveitando a passagem do ano, o programa constou ainda de
uma encenação enfocando o próprio tema do Campori, "Da Natureza ao
Criador", que salientava o sentimento de gratidão a Deus pelas maravilhas
concedidas no ano que findara. Ao final, um enorme balão iluminado, com o
formato do triângulo dos desbravadores, subiu ao céu, compondo um espetáculo de
impressionante efeito visual, que chegou a ser transmitido em cadeia nacional
pela Rede Globo de Televisão.
Destacou-se na apresentação da União Este-Brasileira,
a exibição das tradicionais baianas, e da luta capoeira, uma manifestação comum
nas antigas senzalas dos escravos. Jangadeiros do Ceará e Caboclos do Amazonas
foram os personagens principais retratados pela União Norte Brasileira. Um audiovisual
forneceu também uma visão das belezas daquela imensa região, e destacou a
atuação dos desbravadores no contexto social dos Estados nortistas.
Ao som de instrumentos musicais andinos — zampona, charango
e violão — os desbravadores da União Incaica musicaram as
tradições de seus povos, culturalmente divididos por três faixas geográficas:
litoral, serra e selva amazônica. Juvenis do Equador, Peru e Bolívia desfilaram
exibindo trajes típicos, desde a sumária tanga usada pelos índios da Amazônia,
ao pesado poncho, mais comum entre os indígenas dos altiplanos andinos. Com
notável criatividade, a pequena delegação chilena — apenas 80 integrantes —
dramatizou a Criação, valendo-se de efeitos especiais produzidos por fogos de
artifício, para depois retratar a trajetória do povo chileno até o Criador.
Segundo a dramatização, o percurso fora iniciado pelos indígenas, através da
adoração a seus deuses, passara pelas campanhas de catequização empreendidas pelos
conquistadores espanhóis, e culminara com a disseminação da mensagem do
advento.
Ao final, enquanto num painel especial o retrato de
Cristo era desenhado com fogo ao lado da palavra "Vem", juvenis
agitando bandeiras dos países representados no Campori, desciam da plataforma e
misturavam-se com a plateia, enquanto entoavam uma canção que conclamava à
unidade dos povos Sul Americanos. Não contendo suas emoções, a ala dos
desbravadores brasileiros respondia com a ovação: "Chile! Chile!
Chile!"
Todos os programas das Uniões eram seguidos por 15
minutos de mensagem pastoral, encerrando as atividades do dia.
Pausa Espiritual
As programações diárias foram, naturalmente, distintas
na sexta-feira à tarde e no sábado. Após o culto de pôr-do-sol, os acampantes
ouviram uma pregação do Pastor Stevenson, que esclarecia sobre o significado do
arrependimento cristão, e a consequente garantia do perdão divino.
O recado foi oportuno, uma vez que no dia seguinte a
programação culminaria com uma cerimônia que simboliza a maior demonstração de
arrependimento: o batismo. Logo após a inauguração da piscina da sede de
acampamentos da Associação Paranaense, onde se realizou o Campori, noventa e
dois juvenis, representando todas as delegações, foram imersos nas águas batismais
pelas mãos de 12 de seus lideres.
A noite de fim de ano teve início com ênfase
espiritual, ditada pela pregação do Pastor Israel Leito, departamental J.A. da
Divisão Interamericana, um dos convidados de honra. Em seguida o clima de
descontraiu, para dar lugar à festinha de ano novo, consistindo de uma
brincadeira entre dois clubes.
A julgar pelos comentários que se
ouvia nas ruas, lojas e ônibus da cidade de Foz
do Iguaçu, durante o período de oito dias em que se realizou o Campori, o
evento não passou despercebido de seus habitantes e até das levas de turistas
que nessa época invadem a cidade. Ônibus especiais transportando desbravadores
e exibindo a insígnia J.A., desfilavam constantemente por suas ruas, e boa
parte dos eventos esportivos tiveram lugar nas dependências do 34º Batalhão de Infantaria, localizado bem no centro da
cidade.
Porém,
o que realmente a julgar pelos comentários que se ouvia nas ruas, lojas
Agitou, Foz do Iguaçu, foi o desfile festivo com que
os desbravadores brindaram a população na segunda-feira, 2 de Janeiro. Aberto
pela banda do 34° Batalhão, o desfile se prolongou por mais de duas horas,
atraiu alguns milhares de espectadores e fechou o comércio da Avenida Brasil,
principal da cidade.
Apoiadas por suas fanfarras, todas as delegações
exibiram o que de melhor haviam aprendido sobre ordem unida, perante um
palanque especialmente montado para a ocasião, de onde eram presenciados por
seus lideres mundiais e por diversas autoridades da cidade, destacando-se o
prefeito Clóvis Cunha Viana e o Ten. Cel. Menescal, comandante do 34° Batalhão.
Especialmente
convidada, a pequena delegação de Porto Rico exibiu notável sincronia e
disciplina em suas marchas.
Impressionado com o padrão de ordem unida e disciplina
apresentado pelos clubes, notadamente pela delegação especialmente convidada de
Porto Rico — Ilha Antilhana — e a de Manguinhos, no Rio de Janeiro, o Ten. Cel.
Menescal afirmou estar maravilhado com o espetáculo de civismo, amor à Pátria e
a Deus que acabara de assistir. Com efeito, sua simpatia pelos desbravadores se
traduziria também por seu apoio aos coordenadores do Campori, cedendo as
instalações militares sob seu comando, para a realização de vários eventos.
O
desfile produziu ainda um notável efeito promocional em favor do clube de
desbravadores local e, por tabela, para a própria igreja. Logo após o término
da solenidade, mais de 20 pais procuraram saber como poderiam inscrever seus
filhos no clube local.
Entusiasmado com a imagem positiva dos adventistas que
o Campori projetou na cidade, o distrital de Foz do Iguaçu, Pastor Aerce
Marsola, estará dirigindo uma série de conferências evangelísticas, tão logo a
construção do novo e amplo templo seja concluída. E os desbravadores serão
estrategicamente utilizados para proceder à distribuição dos convites.
A idéia de aproveitar o potencial dos desbravadores na
tarefa de evangelização ganhou vulto durante o Campori. Se depender do líder de
desbravadores e jovens para ã Divisão Sul-Americana, Pastor Cláudio Belz, será
formado este ano, 105 novos evangelistas-mirins, que se valerão do programa
"A Voz Juvenil", para divulgar a mensagem entre o público
adolescente.
Uma demonstração do que são capazes os desbravadores
já foi dada durante o próprio evento. No último dia de atividades, cada clube
teve de simular uma conferência evangelística, como parte da avaliação a que
foi submetido durante o Campori.
Os
líderes das Uniões, DSA e Associação Geral: (da esq.) Pastores Alejandro Bullón
(Unieste), Arôvel Moura (Uninorte), Sérgio Celis (Chilena), Michael Stevenson
(diretor mundial dos desbravadores), Cláudio Belz (DSA), Léo Ranzolin (líder
mundial dos J.A.), José Maria Barbosa (Unisul), Jorge Matias (Incaica), e
Cláudio Martin (Austral).
Nesse mesmo dia, os departamentais da Associação Geral, DSA, e os convidados da Divisão Interamericana, foram conduzidos pelo Pastor Cláudio Martin, diretor dos desbravadores na União Austral, através do "arraial" de sua delegação. Durante a visita, ficou patente o desenvolvimento considerável na arte de acampar, atingido pelos desbravadores daquela União. Torre de observação, ducha para banho, cercas, tudo improvisado com materiais extraídos da mata adjacente ao acampamento, foram alguns dos utensílios que impressionaram os visitantes, por sua criatividade.
Mas, se a arte de improvisação não alcançava esse
nível de desenvolvimento entre as fileiras brasileiras, estas a União Sul em particular
se destacavam pela perícia que exibiam
nas demonstrações de ordem unida, assim como na padronização impecável de seus
uniformes.
A constatação de tais diferenças, na realidade, foi
uma das lições extraídas pelas lideranças, que agora dispõem de algum
referencial para conduzir os clubes de seus Campos à uniformização de enfoques
preconizada pela Divisão Sul Americana.
Demonstrando-se otimista com a possibilidade de surgir um novo equilíbrio entre os clubes sul-americanos, o Pastor Cláudio Belz apela aos líderes que não participaram do evento, para que se sintonize com a nova filosofia que está sendo implantada, por intermédio daqueles que puderam presenciar o Campori.
Demonstrando-se otimista com a possibilidade de surgir um novo equilíbrio entre os clubes sul-americanos, o Pastor Cláudio Belz apela aos líderes que não participaram do evento, para que se sintonize com a nova filosofia que está sendo implantada, por intermédio daqueles que puderam presenciar o Campori.
A busca de uniformidade foi uma preocupação comum a
todos os líderes das Uniões. "À União Incaica faltava um padrão de
comparação, que agora passamos a ter", esclareceu o líder de desbravadores
do Campo, Pastor Jorge de Souza Matias. "Até agora, a ênfase das
atividades tem se dado na área espiritual, através da manutenção de
conferências evangelísticas e classes batismais, seguindo-se logo depois o
desenvolvimento de especialidades", prosseguiu o Pastor Matias. O líder
revelou ainda que devido à receptividade das autoridades peruanas com relação
às atividades dos desbravadores, a delegação peruana estava representando seu
país oficialmente no Campori, por força de um decreto ministerial. Assim, na
qualidade de diplomatas, os desbravadores foram isentos de pagar a taxa
obrigatória para sair do país.
Separados dos demais clubes por longas distâncias, os
integrantes da União Norte-Brasileira tiveram uma verdadeira aula de relações
humanas, segundo definiu seu líder, Pastor Arôvel Moura. Fortes no trabalho
missionário e prestação de atendimento à comunidade — como ficou patente
durante os momentos críticos da seca que tem afligido o Nordeste — os
desbravadores nortistas compareceram ao Campori “compondo uma caravana de 142
integrantes”. E voltaram para seus Estados com uma nova noção das
possibilidades que poderão desenvolver em seus clubes, e dos materiais que
faltam para equipá-los devidamente,
Maior importância à padronização dos uniformes e ao
desenvolvimento da ordem unida foram os principais valores aprendidos pelos 31
clubes que compunham a delegação da União Austral. Mas, além disso,
"percebemos um espírito de confraternização, despojado de preconceitos,
por parte dos desbravadores brasileiros", atesta o Pastor Cláudio Martin.
"Voltamos para nossos países com um profundo sentimento de gratidão pelas
amostras de gentileza e amor cristão."
Para o Pastor Sérgio Celis, líder dos desbravadores na
União Chilena, o encontro constituiu uma evidência de que os clubes são uma
força poderosa na América do Sul. "Nossos desbravadores voltam renovados,
cheios de entusiasmo depois desta experiência de companheirismo e unidade",
garante. Seu entusiasmo transparece também em seus projetos, que preveem para
este ano um aumento de quase 100% sobre os atuais 1.100 desbravadores chilenos.
E para 1985, programa a realização do primeiro campori que irá reunir os clubes
de todo país.
"O Campori foi um acontecimento histórico",
resume o Pastor Alejandro Bullón, diretor dos desbravadores na União
Este-Brasileira. "Há cinco anos, não passa
va do âmbito dos sonhos. Hoje é uma realidade. “Por ai
percebe-se o tremendo desenvolvimento dos desbravadores nestes últimos anos.”. Sem
ter conseguido ainda montar um campori em nível de toda a União, o Pastor
Bullón vê nesse evento uma de suas principais metas. Através da realização de
cursos de liderança, ele pretende estruturar os clubes para que possam promover
um campori em cada Campo da Unieste, ainda este ano. E para 1985, então, espera
reunir todos os Campos num evento conjunto.
Comprometido com a responsabilidade de montar o
Campori em seu território, o Pastor José Maria Barbosa, diretor dos desbravadores
na União Sul-Brasileira, sentia-se aliviado pelo fato de o encontro ter
transcorrido em clima de normalidade. Mas entre suas preocupações com o
andamento do programa, o Pastor José Maria pôde perceber que o Campori serviu
como uma "grande escola" para os seus desbravadores. "Aprendemos
que precisamos nos aperfeiçoar na arte de acampar", explica. Dirigindo o
contingente mais expressivo de desbravadores em toda a América do Sul — com
cerca de 140 clubes organizados — o líder da USB tem por metas a criação de um
clube por igreja do Campo, e a realização do seu terceiro Campori, já para o
próximo ano.
Mas, e os desbravadores? Oual a importância que o
evento teve para eles?
Interrompido enquanto exercitava seu recém-aprendido portunhol
com conquistadoras peruanas, o mineiro Moisés Ribeiro, 16 anos,
depunha: "Estou impressionado com a disponibilidade de nossos líderes em
nos atender, assim como com a oportunidade que todos tiveram de participar ativamente
das programações. Pude perceber também que em qualquer parte do mundo, os
adventistas testificam da mesma fé, têm a mesma doutrina. Saí fortalecido
espiritualmente."
"Embora não falemos todos a mesma língua, nos
entendemos. Sinto-me como se estivesse em casa, unido aos demais pelo
companheirismo espiritual", explicava Daniel Marianski, 14 anos, de
Missiones, Argentina.
Para Rosa Apolin, 23 anos, valeu a pena ter viajado
durante oito dias, desde Lima, no Peru, para participar do Campori. "A
experiência de confraternização entre os diversos clubes foi muito instrutiva.
Fiquei impressionada com o nível dos programas apresentados, e vislumbrada com
os passeios que realizamos.”.
"Para mim esse encontro foi valioso, por ver que
jovens de diferentes países abraçam o lema 'o amor de Cristo nos
constrange'", depôs emocionado Juan Ancieta, 30 anos, natural de Calama,
norte do Chile. "A demonstração de unidade entre os desbravadores
sul-americanos foi muito tocante."
Já Gandêncio Fernandes, 17 anos, de Itacoatiara, AM,
achou que "a experiência fora de casa, o surgimento de novas amizades, o
contato com os líderes de outros países", foram os pontos altos do
acampamento.
Falando com certa timidez, Elide Venturini, 19 anos,
de Umuarama, PR, reforçava a opinião mais comum entre seus colegas. O
intercâmbio entre jovens de tantos países, demonstrando os mesmos ideais, não
obstante, serviu para fortalecer sua fé.
Na
verdade, esse foi um dos efeitos já esperados pelos líderes de desbravadores
presentes. "Um evento deste porte estabelece um senso de grandeza de nosso
movimento entre os juvenis. Eles passam a ter um conceito positivo de sua
Igreja, eliminando eventuais complexos de inferioridade", esclareceu o
Pastor Michael Stevenson. Ou, nas palavras do Pastor Cláudio Martin, da União
Austral: "Esta é uma experiência que os desbravadores não irão esquecer
jamais. Eles adquiriram a idéia de que integram uma Igreja forte, numerosa. Não
é somente o grupinho de onde vieram. Formam parte de uma Igreja mundial. Essa
impressão os afirmará dentro da Igreja!"
Matéria
Extraída da Revista Adventista
Paulo
Kol e Paulo Pinheiro, enviados especiais. •
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