III Campori da Divisão Sul Americana
“Fonte de Esperança”
Santa Helena - Paraná - Brasil
11 a 16 de Janeiro de 2005
Diretor Geral: Pastor Erton Carlos Köhler
11 a 16 de Janeiro de 2005
Diretor Geral: Pastor Erton Carlos Köhler
Acampamento
de Deus
Quase
20 mil desbravadores participam do
3º Campori Sul-Americano
Dias antes de começar a
montagem do 3º Campori Sul-Americano de Desbravadores, chovia constantemente na
região de Santa Helena, na costa oeste do Paraná.
Depois que os operários
iniciaram os trabalhos, a chuva desapareceu e o sol surgiu intenso e brilhante.
Mesmo assim, tal como no deserto do Antigo Testamento, o forte calor sempre
dava trégua quando os quase 20 mil desbravadores e pessoal de apoio, vindos de
todo o Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Peru, Colômbia e Equador
(além de representantes da Rússia, Japão, Ucrânia, China, Estados Unidos,
Portugal e Suíça) se reuniam para as programações diárias. Ventos fortes que
atingiam a orla do lago de Itaipu também cessaram na noite de terça-feira, dia
11, quando o evento foi aberto oficialmente. Providência divina para a
segurança do palco preparado sobre uma balsa de 750 m2 . Acontece que, por
conta da estrutura montada sobre a embarcação, ela acabou se transformando em
uma espécie de navio superpotente, que teimava em não permanecer na posição. As
condições climáticas perfeitas foram a maior prova de que Deus conduziu com
mãos firmes a realização da terceira edição do Campori Sul Americano. Para o
coordenador geral do evento e líder de Jovens da Divisão Sul-Americana (DSA),
Pastor Erton Carlos Köhler, o espírito de toda a organização é de gratidão a
Deus e a todos: “Num encontro como este, vários problemas poderiam ter
acontecido, os desbravadores se comportaram de maneira equilibrada, unida e
honesta. Tenho a confiança de que o Clube de Desbravadores é de Deus, essa
igreja é de Deus. Depois deste evento, se alguém tinha alguma dúvida, esta já
não existe mais.”
Uma cidade – Para que os desbravadores do 3º
Campori Sul-Americano pudessem se tornar “Fonte de Esperança”, como o tema do
acampamento sugeria, uma infraestrutura gigantesca foi montada. Reservatórios
para 380 mil litros de água; energia elétrica suficiente para abastecer seis
mil residências; 11 enfermarias; dois postos médicos; um posto bancário; mais
de 100 computadores com acesso à Internet; e cerca de 500 cozinhas (que
prepararam 20 toneladas de alimentos por dia). O balanço final do evento
mostrou que mais de 15 mil refeições foram servidas somente para o pessoal de
apoio, por exemplo. Mais de 60 mil pessoas visitaram a única caverna móvel e
artificial de que se tem notícia na América Latina. Centenas de visitantes da
comunidade estiveram presentes no evento no Sábado, conhecendo as instalações
do Campori. A participação da comunidade de Santa Helena, aliás, foi
impressionante, segundo os organizadores: “A prefeitura e a população não
mediram esforços para fazer com que tudo no acampamento funcionasse com
perfeição”, explica o Pastor Erton. A parceria e a realização do Campori,
inclusive, entraram para a história do município em dois momentos.
Líder Mundial dos Desbravadores Pastor Robert Holbrook e Departamental de Jovens e Desbravadores da Divisão Sul Americana Pastor Erton Carlos Köhler
Primeiro com a inauguração
da Praça dos Desbravadores, dentro do Parque Balneário, onde aconteceu o
Campori. Uma obra de arte com imagens do Campori, como o símbolo dos
Desbravadores, o slogan “Fonte de Esperança”, barracas, machados e outros foram
talhados em um tronco de ipê e doada pela organização geral ao município. A
prefeitura, por sua vez, anunciou a construção da praça onde a peça foi
instalada, arborizada com as mesmas flores e plantas usadas nos portais dos
clubes. O segundo registro histórico ficou por conta da candidatura oficial
assumida pela prefeitura de Santa Helena de sediar o 4º Campori Sul-Americano
de Desbravadores, em 2015. De acordo com o prefeito, “toda a sociedade
santa-helenense, de uma forma ou de outra, foi beneficiada pelo evento, seja
pelos ensinamentos transmitidos pelos desbravadores, ou pela geração de
empregos e renda, ficando registrado em nossa memória que o 3º Campori trouxe
para todos muita paz e trabalho. Por isso queremos recebê-los aqui novamente
daqui a dez anos”. Ações comunitárias – Além das atividades normais de um
campori – provas, cultos, apresentações, etc. –, a cada dia, cerca de seis mil
jovens prestaram diferentes serviços comunitários, visitando as residências da
área urbana do município. Segundo o coordenador das ações comunitárias, Pastor
Elieser Vargas, “a idéia geral foi conscientizar os desbravadores de que eles
devem aprender desde cedo a serem úteis à sociedade”. Na quarta-feira, dia 12,
cada residência e estabelecimento comercial da cidade recebeu um folheto com
informações sobre como se prevenir da dengue, além de um ímã de geladeira com
os telefones úteis de Santa Helena e dicas de como economizar água e energia
elétrica. Na quinta-feira, os desbravadores distribuíram um folheto com
orientações sobre economia de luz e um saco plástico para lixo orgânico. A
intenção foi auxiliar a Prefeitura na implantação de um programa de coleta
seletiva de lixo. No último dia de projetos comunitários, sexta-feira, foram
entregues na cidade um folheto com dicas para a população gastar menos água e
outro com informações para interessados em estudar a Bíblia. Além disso, todos
os dias foram distribuídos sacos de lixo para carro e toalhas de papel para
mesa com dicas de economia e dados sobre quem são os Desbravadores. Também foi
realizada uma exposição sobre as atividades dos Desbravadores, na praça central
da cidade, e recreação para crianças, na Praça do Colono e na Praça Santos
Dumont. O Governador do Paraná, Roberto Requião, participou da abertura do
Campori e recebeu o lenço de presente.
Governador
do Paraná, Roberto Requião, participa da abertura do Campori e recebe lenço de
presente dos desbravadores
Correios
lançam selo comemorativo do Campori
A direção estadual da
Empresa de Correios e Telégrafos e a organização do 3º Campori Sul-Americano de
Desbravadores lançou, no dia 11, o selo e o carimbo com o tema do evento:
“Fonte de Esperança”. Todas as correspondências enviadas pelos participantes do
Campori, a partir do posto dos Correios, montado na sede do evento, tiveram o
selo e o carimbo oficial. Ao todo, foram confeccionados dois mil selos. Durante
a cerimônia de lançamento, o diretor dos Correios no Paraná, Areovaldo
Figueiredo, destacou a importância do Campori: “Ouvi pessoas, jovens, falando
de amor, de amizade. Falando de valores que a televisão não mostra. Quem não
tem esses valores e principalmente o valor da fé, fica doido, fica estressado e
não vive bem.” O líder mundial de Jovens e Desbravadores, Pastor Baraka
Muganda, obliterou e assinou a peça que ficará nas Agências dos Correios e
recebeu um troféu com a réplica do selo. O Pastor Erton explicou o significado
do lançamento do selo para os desbravadores e para o evento: “O selo torna
definitivo o evento. É a marca que fica com o tempo. Também é cultura e nós
estimulamos isso no desbravador. O selo vai deixar este registro para nós.”
Líder mundial de Jovens, Pastor Baraka Muganda, e o diretor dos Correios do
Paraná, Areovaldo Figueiredo, apresentam o selo do Campori.
Pastor
Erton homenageia a peruana Nercida Ruiz, fundadora do primeiro clube de
desbravadores da América do Sul
Carta
do Presidente da República
O Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva classificou o 3O Campori da Divisão Sul-Americana
como “uma rara oportunidade para o estreitamento dos laços de amizade e de
camaradagem, para a troca de experiências, o exercício de habilidades e para a
aquisição de mais conhecimentos sobre o Brasil, tanto por parte dos brasileiros
como pelos visitantes de outros países”. Lula enviou uma mensagem aos
desbravadores, que foi lida durante a abertura do evento. Na carta, o
presidente saúda os desbravadores dos países vizinhos e incentiva a todos os
meninos e meninas “a assimilarem e praticarem os ensinamentos ministrados nas
reuniões de rotina do Clube”.
Lago
de Itaipu vira tanque batismal para
225 desbravadores
Na última noite do Campori,
o Lago de Itaipu se transformou em um grande tanque batismal. O sonho de ser
batizado num campori se tornou realidade para 225 desbravadores, que entregaram
a vida a Jesus. Dezenas de pastores realizaram a cerimônia quase
simultaneamente, formando uma cena emocionante para quem participava e também
assistia. Entre os candidatos, a emoção era dobrada. “Fiquei muito emocionado e
até nervoso”, declarou Ezequiel da Silva, do Rio de Janeiro. Joabe, de 13 anos,
do Clube K2, de São Paulo, contou que sentiu algo muito forte em seu coração
quando foi mergulhado nas águas: “Foi como se o Espírito Santo tivesse me
acolhido.” Para a argentina Daniely Amaya, de 10 anos, do Clube El Éden Moron,
“estar num campori já é uma emoção muito grande, ser batizado é muito mais que
uma emoção, é um privilégio”. Após o batismo, o Pastor Erton fez um apelo para
que aqueles que sentissem vontade de se batizar se colocassem em pé. Aproximadamente
400 jovens e adolescente se manifestaram. Para as cerimônias batismais
realizadas durante o evento, todos os desbravadores tiveram que se preparar por
meio de uma série de estudos bíblicos. Segundo o líder de Jovens da Missão do
Sul da Argentina, Pastor Fernando Müller, “esse batismo vai ficar no coração de
todos os desbravadores”.
A cada 10 anos um novo
desafio
Os camporis sul-americanos
deixaram muitas marcas na história dos Desbravadores. A cada período de dez
anos, o megaacampamento acumula expectativas, mudanças e novos desafios. É a
terceira vez que o evento ocorre no Paraná. O 1º Campori Sul-Americano
aconteceu em 1984, em Foz do Iguaçu. Quem esteve lá conta que o maior desafio
foi superar alguns imprevistos causados pela inexperiência. Era um evento
inédito no país, que reuniu 3,5 mil desbravadores, sob o tema “Da Natureza ao Criador”.
O coordenador do evento, Pastor Cláudio Belz, foi homenageado em Santa Helena,
pelo seu pioneirismo e liderança. Após 20 anos da primeira edição, o
desbravador e hoje líder de clube, Arlindo Rozeno, diz que mantém amizades
feitas com adolescentes que conheceu da Argentina e Bolívia: “Pegamos muitos
endereços para correspondência e até hoje escrevo cartas para eles”, conta
Arlindo, hoje com 41 anos. O líder participou também da segunda edição do
encontro e hoje ajuda na equipe de apoio do terceiro. Na 2º Campori
Sul-Americano, realizado em 1994, em Ponta Grossa, o número de desbravadores
quase triplicou. Foram cerca de nove mil juvenis e jovens que andaram “Na
Trilha dos Pioneiros” (o tema do evento), durante uma semana. Coordenado pelo
Pastor José Maria, o campori também foi importante para o desenvolvimento do
Clube de Desbravadores na América do Sul.
Revista Adventista FEV /
2005
Repórter: Amarildo Augusto
Fotos: Acervo Luzeiros do Vale / Revista Adventista
Fotos tiradas por Misael Gruber
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